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SINOPSE

Após ter seu único filho assassinado pelo filho de um coronel que foi, por sua vez, o carrasco de seu marido, Zinha invoca proteção divina abrindo seu corpo para Deus e o Diabo entrarem, dizendo precisar da força dos dois para vingar sentença, pois um só seria pouco. Ao sentir que seu pedido-chamamento foi aceito ela vinga os seus, enterra o filho em seu quarto e parte sem destino pelo sertão que, como ela diz, foi aprendendo a conhecer e a gostar. Seu feito espalhe-se fazendo dela uma mulher quase lendária. Depois de um tempo “errância”, ela se depara com uma mulher que teve um destino semelhante ao seu, a parda de um filho cruelmente assassinado. Ao saber que está frente à “famosa” Zinha, a mulher lhe implora que vingue a morte de seu filho. Zinha ouve o pedido mais como uma “ordonança” lá de cima, do que como um apelo humano, como algo a lhe dizer que vingar a morte daquele menino era continuar vingando a morte de seu filho. Serviço feito, ela continua sua saga pelo sertão onde os pedidos tornam-se frequentes e se torna conhecida como "A Jagunça". Passado um ano, ela retorna à sua antiga casa para rezar pelo filho, vê que esta fora destruída e vê um esqueleto pendurado em uma árvore feito enforcado. São os ossos de seu filho.  Ela retira os retira e os coloca em uma mala que carrega consigo durante quatro anos. Ao passar por algum rio ou curso d'água limpa, ela os retira, os lava, os coloca ao sol para secar e faz uma prece. Em sonho ela vê que está prendendo seu filho à si e que é preciso deixá-lo partir. Convencida disto, ela enterra a mala de ossos em uma igreja-cemitério. Enterrado o filho, Zinha continua sua andança e, depois de muitos anos sem ver sua própria imagem, paralisa-se frente ao espelho de uma venda que reflete ao mesmo tempo seu rosto gasto, sua perplexidade e o eco de seus pensamentos.

"E o sinhô sabe me dizer qual é o tamanho do oco do vazio da cabeça da gente?"

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